Tecnologia a serviço da acessibilidade
07/06/2010
Considerado um mercado de nicho, cresce o investimento em tecnologias que atendam à demanda de pessoas portadoras de deficiência, principalmente a visual
Mariana Oliveira
A acessibilidade é um dos temas mais atuais e amplamente discutidos em vários setores da sociedade. Conferir acesso às pessoas com algum tipo de deficiência é um
direito básico, mas ainda pouco respeitado. Diversas leis e projetos são aprovados em áreas como transporte público (ônibus adaptados), urbanismo (calçadas e escadas
adaptadas), educação (livros em braile), mas é evidente que ainda há muito a se fazer.
A tecnologia avançada acompanha essa tendência de acessibilidade e lança novos modelos focados em diferentes necessidades. Considerado um mercado de nicho, cresce
o investimento em tecnologias que atendam à demanda de pessoas portadoras de deficiência, principalmente a visual.
Uma das iniciativas mais bacanas é o LookTel, um software de assistência a deficientes visuais que reconhece e identifica os objetos de maneira audível, quase instantaneamente.
Recentemente, Robin Spinks - gerente de acessibilidade digital do Royal Institute for Blind People - elogiou a Apple pelos recursos de acessibilidade do iPad, que
torna mais fácil a navegação por pessoas com deficiência visual (parcial ou total). O iPad apresenta uma série de características focadas nesse público, como capacidade
de aumentar o texto e ajustar o contraste da tela, tornando-o mais legível, além do software de voz, que permite a audição de centenas de livros disponíveis na
iBookStore. Outros e-readers possuem funções similares, mas Spinks considera a Apple pioneira em estabelecer um padrão de acessibilidade em seus produtos.
Outra empresa que está investindo neste segmento é a Nokia. Através de seu Instituto Nokia de Tecnologia (INdT), a empresa desenvolveu uma série de aplicativos
que permitem que o deficiente interaja com o ambiente por meio do celular. Um dos lançamentos é o Audio Aid, que permite que sons como campainhas e alarmes sejam
percebidos através de vibrações, possibilitando ao deficiente auditivo se orientar pelas vibrações do celular. Já o Nokia Magnifier é uma espécie de lupa eletrônica,
para as pessoas que possuem baixa visão, e utiliza a própria câmera do aparelho. Para os daltônicos, foi lançado o Color Detector: ao apontar a câmera do celular
para algum objeto, o aplicativo descreve as suas cores por extenso na tela. Outros aplicativos com este foco já podem ser encontrados e baixados gratuitamente no
Nokia Accessibility.
Tanto no caso da Apple quando da Nokia, é possível constatar que esta preocupação com a acessibilidade digital vai muito além da responsabilidade social por si
só - é também um nicho de mercado pouco explorado pelas empresas de tecnologia. Afinal, o iPad da Apple e os celulares da Nokia habilitados para estes aplicativos
não têm preços tão acessíveis assim. Entretanto, tais dispositivos e aplicativos prometem facilitar a vida dos que sofrem destes tipos de deficiência, trazendo
mais conforto e segurança a pessoas que já enfrentam vários obstáculos diariamente. Sendo assim, não se pode tirar o mérito de empresas que investem em pesquisas
e protótipos focados em tecnologia a serviço da acessibilidade.
Que mais empresas adotem o modelo e esta postura se torne regra, não exceção.
FONTE:
Dossiê Alex Primo
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