sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Em homenagem ao Dia dos Pais - Amor incondicional

Crônica sobre o dia dos pais


Em homenagem ao Dia dos Pais – Amor incondicional…
Patrícia Osandón
14 de agosto de 2011

Quando eu fiquei grávida, as pessoas me perguntavam surpresas ‘Mas, como foi que você fez?’. Eu respondia ‘Você realmente quer que eu te conte?’ Flávia Cintra

Amor de pai e mãe é aquele tipo de coisa que não se explica, apenas se sente. É daquele tipo de amor que o coração aperta quando a noite chega e o filho não dá
notícias. É o amor de ver aquele pequeno ser de poucos centímetros nascer, crescer, aprender, viver… “Quando você for pai/mãe vai saber o tamanho do amor que sinto
por você”. Com a intempestividade da descoberta da vida, muitos filhos talvez não acreditem ou não entendam a plenitude desse sentimento – são os anos que costumam
trazer a maturidade para que esses filhos saibam, de fato, o que é e o que representa esse tipo de amor.
O amor entre pais e filhos assume um caráter ainda mais especial quando algum deles possui uma deficiência. Seja quando os filhos nascem com uma deficiência ou
quando os pais é que possuem uma deficiência, é minimamente desafiador o cotidiano enfrentado por pais e filhos com tal realidade. Não é fácil ser uma pessoa com
deficiência no Brasil: são barreiras físicas das mais diversas, preconceitos, dificuldades para estudar e trabalhar e muitos outros desafios.
Quando um pai descobre que seu filho nascerá com uma deficiência, como agir? Muitos foram os exemplos de homens e mulheres que não mediram esforços para ver seus
filhos nascerem e que os apoiaram por toda a vida, superando as dificuldades e enfrentando os desafios.
Amor sem igual sentiu tantas vezes dona Hilda ao ver a filha Fabiana Harumi Sugimori defender o nome do Brasil nas raias paraolímpicas internacionais. Fabiana recorda-se,
como se fosse hoje, de cada segundo que antecedeu a prova dos 50m livre para pessoas com deficiência visual dos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004. A expectativa
de que ela conquistaria o ouro era grande, afinal, quatro anos antes, nos Jogos Paraolímpicos de Sidney, havia sido Fabiana, aquela jovem doce, tímida e talentosa,
a conquistar o único ouro da natação, no último dia de competição nas piscinas. “Era como se toda a minha vida estivesse passando como um filme em questão de instantes.
Treinar com afinco durante anos não é fácil. Às vezes, foi preciso abandonar muitas coisas para poder me dedicar de corpo e alma à natação”, conta.
Além de um ouro, o grande sonho de Fabiana era conquistar um recorde mundial em Atenas. Na arquibancada do Centro Aquático da Grécia, uma pequena torcida que poderia
valer mais do que uma multidão inteira: dona Hilda, Flávia e Marcelo, a mãe e os irmãos da nadadora. Foram os 32 segundos e 35 centésimos mais esperados da vida
de Fabiana os responsáveis pela conquista do ouro nos 50m livre, entre as melhores atletas de todo o mundo. De manhã, nas eliminatórias, ela havia registrado o
recorde mundial, com 32s32. Sim, era ela, então com 23 anos, a hastear a bandeira e a cantar o hino brasileiro no lugar mais alto do pódio, com o título de bicampeã
paraolímpica da prova. A mãezona Hilda conta a emoção que sentiu ao ver a filha conquistando o ouro. “Estive em Atlanta e só não pude ir a Sidney por problemas
de saúde. Todos os meus filhos foram ou são nadadores, por isso, entendemos melhor ainda como ela se sentiu ao ganhar a medalha”, explica Hilda[i].
Já o outro lado, do pai ou mãe que se torna uma pessoa com deficiência, também traz novas experiências ao cotidiano familiar. Quando a atriz Alinne Moraes assumiu
o desafio de interpretar uma personagem cadeirante na Rede Globo, muitas pessoas se perguntaram: “mas ela não vai voltar a andar?” ou “como ela, com uma deficiência,
poderá ter filhos?”. Experiência semelhante foi enfrentada pela jornalista Flávia Cintra, tetraplégica e mãe de gêmeos: “a sexualidade é inerente à condição humana
e não se limita apenas às questões motoras ou sensoriais. Quando eu fiquei grávida, as pessoas me perguntavam surpresas ‘Mas, como foi que você fez?’. Eu respondia
‘Você realmente quer que eu te conte?’[ii].
Quem também sempre destacou o apoio da família é a atleta paraolímpica Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha, do atletismo. “Hoje, as pessoas com deficiência estão
tendo mais participação, em todos os sentidos. Muitas famílias têm vergonha de ter filhos deficientes, que não saem de dentro da sua própria casa. Ainda bem que
a minha família nunca foi assim”[iii], diz.
O fato é que 14,5% da população brasileira, portanto, 24,5 milhões de pessoas, possuem alguma deficiência (CENSO 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Se considerarmos que cada uma dessas pessoas com deficiência está em um ambiente familiar, o número de brasileiros que convivem com a temática da deficiência amplia-se
consideravelmente.
Ser mãe ou pai de uma pessoa com deficiência ou ser filho de uma mãe ou pai com deficiência implica grandes desafios. Mas, ao final de tudo, apenas o amor pode
sintetizar o que é capaz de unir uma família nos momentos de dificuldade. E por mais piegas que pareça falar de amor, é justamente esse sentimento que pode trazer
tantas mudanças no mundo.
O vídeo que deixo ao final do texto ilustra por si só o que é amor de pai. Não há palavras para descrever tamanho sentimento, representado por apenas quatro letras:
AMOR.
LINK DO VÍDEO:

http://sorisomail.com/partilha/13174.html

PS: Para não deixar de ser piegas, que não só um dia do ano seja o Dia dos Pais, mas que todos os dias mães e pais possam ser homenageados e amados por seus filhos.
E, como não poderia deixar de ser, agradeço ao meu pai, que me deu a chance de ser filha de um homem de alma tão brilhante.

Fonte:

Blog memoria olimpica do brasil

Em homenagem ao Dia dos Pais - Amor incondicional

Crônica sobre o dia dos pais


Em homenagem ao Dia dos Pais – Amor incondicional…
Patrícia Osandón
14 de agosto de 2011

Quando eu fiquei grávida, as pessoas me perguntavam surpresas ‘Mas, como foi que você fez?’. Eu respondia ‘Você realmente quer que eu te conte?’ Flávia Cintra

Amor de pai e mãe é aquele tipo de coisa que não se explica, apenas se sente. É daquele tipo de amor que o coração aperta quando a noite chega e o filho não dá
notícias. É o amor de ver aquele pequeno ser de poucos centímetros nascer, crescer, aprender, viver… “Quando você for pai/mãe vai saber o tamanho do amor que sinto
por você”. Com a intempestividade da descoberta da vida, muitos filhos talvez não acreditem ou não entendam a plenitude desse sentimento – são os anos que costumam
trazer a maturidade para que esses filhos saibam, de fato, o que é e o que representa esse tipo de amor.
O amor entre pais e filhos assume um caráter ainda mais especial quando algum deles possui uma deficiência. Seja quando os filhos nascem com uma deficiência ou
quando os pais é que possuem uma deficiência, é minimamente desafiador o cotidiano enfrentado por pais e filhos com tal realidade. Não é fácil ser uma pessoa com
deficiência no Brasil: são barreiras físicas das mais diversas, preconceitos, dificuldades para estudar e trabalhar e muitos outros desafios.
Quando um pai descobre que seu filho nascerá com uma deficiência, como agir? Muitos foram os exemplos de homens e mulheres que não mediram esforços para ver seus
filhos nascerem e que os apoiaram por toda a vida, superando as dificuldades e enfrentando os desafios.
Amor sem igual sentiu tantas vezes dona Hilda ao ver a filha Fabiana Harumi Sugimori defender o nome do Brasil nas raias paraolímpicas internacionais. Fabiana recorda-se,
como se fosse hoje, de cada segundo que antecedeu a prova dos 50m livre para pessoas com deficiência visual dos Jogos Paraolímpicos de Atenas, em 2004. A expectativa
de que ela conquistaria o ouro era grande, afinal, quatro anos antes, nos Jogos Paraolímpicos de Sidney, havia sido Fabiana, aquela jovem doce, tímida e talentosa,
a conquistar o único ouro da natação, no último dia de competição nas piscinas. “Era como se toda a minha vida estivesse passando como um filme em questão de instantes.
Treinar com afinco durante anos não é fácil. Às vezes, foi preciso abandonar muitas coisas para poder me dedicar de corpo e alma à natação”, conta.
Além de um ouro, o grande sonho de Fabiana era conquistar um recorde mundial em Atenas. Na arquibancada do Centro Aquático da Grécia, uma pequena torcida que poderia
valer mais do que uma multidão inteira: dona Hilda, Flávia e Marcelo, a mãe e os irmãos da nadadora. Foram os 32 segundos e 35 centésimos mais esperados da vida
de Fabiana os responsáveis pela conquista do ouro nos 50m livre, entre as melhores atletas de todo o mundo. De manhã, nas eliminatórias, ela havia registrado o
recorde mundial, com 32s32. Sim, era ela, então com 23 anos, a hastear a bandeira e a cantar o hino brasileiro no lugar mais alto do pódio, com o título de bicampeã
paraolímpica da prova. A mãezona Hilda conta a emoção que sentiu ao ver a filha conquistando o ouro. “Estive em Atlanta e só não pude ir a Sidney por problemas
de saúde. Todos os meus filhos foram ou são nadadores, por isso, entendemos melhor ainda como ela se sentiu ao ganhar a medalha”, explica Hilda[i].
Já o outro lado, do pai ou mãe que se torna uma pessoa com deficiência, também traz novas experiências ao cotidiano familiar. Quando a atriz Alinne Moraes assumiu
o desafio de interpretar uma personagem cadeirante na Rede Globo, muitas pessoas se perguntaram: “mas ela não vai voltar a andar?” ou “como ela, com uma deficiência,
poderá ter filhos?”. Experiência semelhante foi enfrentada pela jornalista Flávia Cintra, tetraplégica e mãe de gêmeos: “a sexualidade é inerente à condição humana
e não se limita apenas às questões motoras ou sensoriais. Quando eu fiquei grávida, as pessoas me perguntavam surpresas ‘Mas, como foi que você fez?’. Eu respondia
‘Você realmente quer que eu te conte?’[ii].
Quem também sempre destacou o apoio da família é a atleta paraolímpica Roseane Ferreira dos Santos, a Rosinha, do atletismo. “Hoje, as pessoas com deficiência estão
tendo mais participação, em todos os sentidos. Muitas famílias têm vergonha de ter filhos deficientes, que não saem de dentro da sua própria casa. Ainda bem que
a minha família nunca foi assim”[iii], diz.
O fato é que 14,5% da população brasileira, portanto, 24,5 milhões de pessoas, possuem alguma deficiência (CENSO 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Se considerarmos que cada uma dessas pessoas com deficiência está em um ambiente familiar, o número de brasileiros que convivem com a temática da deficiência amplia-se
consideravelmente.
Ser mãe ou pai de uma pessoa com deficiência ou ser filho de uma mãe ou pai com deficiência implica grandes desafios. Mas, ao final de tudo, apenas o amor pode
sintetizar o que é capaz de unir uma família nos momentos de dificuldade. E por mais piegas que pareça falar de amor, é justamente esse sentimento que pode trazer
tantas mudanças no mundo.
O vídeo que deixo ao final do texto ilustra por si só o que é amor de pai. Não há palavras para descrever tamanho sentimento, representado por apenas quatro letras:
AMOR.
LINK DO VÍDEO:

http://sorisomail.com/partilha/13174.html

PS: Para não deixar de ser piegas, que não só um dia do ano seja o Dia dos Pais, mas que todos os dias mães e pais possam ser homenageados e amados por seus filhos.
E, como não poderia deixar de ser, agradeço ao meu pai, que me deu a chance de ser filha de um homem de alma tão brilhante.

Fonte:

Blog memoria olimpica do brasil

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Conhecendo um pouco mais sobre Edênia Garcia e Fabiana Sugimori

Conhecendo um pouco mais sobre Edênia Garcia e Fabiana Sugimori
Rede Saci
05/08/2011

Em uma conversa com as atletas da natação paraolímpica Edênia Garcia e Fabiana Sugimori, Adriana Lage nos mostra um pouco do universo das atletas de alto rendimento
Adriana Lage
Aproveitando a realização da 1ª Etapa Nacional do Circuito Caixa Brasil Paraolímpico no próximo final de semana em São Paulo, o texto de hoje será sobre duas estrelas
da natação paraolímpica: Edênia Garcia e Fabiana Sugimori. Como sou fã das duas, fica um pouco difícil ser imparcial. Mesmo com as limitações impostas pela deficiência,
superaram todos os obstáculos (que com certeza não foram poucos) escrevendo com muito esforço, dedicação e talento, seus nomes na história do esporte paraolímpico.
Edênia continua brilhando pelas piscinas representando nosso país. Fabiana, infelizmente, abandonou o esporte no final de 2008.

Edênia é uma bela cadeirante de 24 anos, atleta de alto-rendimento, que possui Polineuropatia Sensitiva Motora (patologia hereditária cujos primeiros sintomas apareceram
quando tinha três anos de idade). É da classe S4 e suas principais provas são os 200m, 100m e 50m livre e os 50m costas. Fabiana possui retinopatia da prematuridade.
Desde pequenininha, essa mulher poderosa já mostrava sua força. Nasceu no sexto mês de gestação e teve sua deficiência descoberta aos três meses de idade. Hoje,
aos 30 anos, esbanja simpatia por onde passa e está construindo uma carreira fora das piscinas. Na época em que era atleta, era da classe S11 e tinha como melhor
prova os 50m livre.

A seguir, uma entrevista que fiz com as duas para que possam conhecer um pouco mais sobre a história dessas meninas poderosas:
Como a natação entrou nas suas vidas? Suas famílias sempre te incentivaram no esporte? Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por vocês no início da
carreira?
EG: A natação entrou como forma de tratamento e uma melhora na qualidade de vida. Minha família na verdade é mais um dos motivos que me inspiram a treinar todos
os dias e querer ser uma atleta melhor e uma pessoa melhor. Minhas principais dificuldades, no início da minha carreira, foram financeiras: tinha que pegar quatro
ônibus por dia para chegar até os treinos diários. Hoje, essa dificuldade não enfrento mais. Graças a Deus!
FS: Comecei frequentar a Pró-Visão (Instituição onde fui alfabetizada) com três anos de idade. Na época, uma academia (Academia Catarina) disponibilizava o espaço
para que pudéssemos fazer atividades físicas, inclusive aprender a nadar. Então comecei a nadar somente para um aprendizado. Acabei gostando e seguindo carreira.
O apoio de minha família foi fundamental para que eu conseguisse chegar aonde cheguei. Quanto a dificuldades, difícil falar, pois a vida de nós deficientes é uma
luta diária. Mas o importante é termos força de vontade, sermos persistentes e ir quebrando as barreiras que são colocadas em nosso caminho no dia a dia.
Quais os principais títulos conquistados?
EG: Tricampeã mundial nos 50m costas, bicampeã parapan americana nos 50m costas, medalhista paraolímpica (prata em Atenas 2004 e bronze em Pequim 2008), melhor
atleta paraolímpica em 2010 pelo COB e Superar e a primeira paraolímpica a se tornar tricampeã mundial.
FS: Bom, os principais títulos são: campeã brasileira de 1992 a 2008, campeã pan americana em 1995, 1999, 2001, 2003, 2005, 2007, bi campeã mundial (2002 e 2006),
bi campeã paraolímpica (2000 e 2004). Em 2004, além de ter conquistado o ouro, bati o recorde mundial da prova dos 50m livre. Fui recordista até 2008 na paraolimpíada
de Pequim onde conquistei o bronze.
Ainda nem sonhava em me tornar nadadora e já acompanhava vocês na seleção brasileira. Qual foi seu momento mais inesquecível na sua carreira de atleta?
EG: Muito obrigada pelo carinho de sempre Adriana. Bom os momentos são muitos, mas vou tentar citar alguns: um deles foi quando falei ao vivo pelo canal Sportv
com minha mãe logo depois de ganhar minha segunda medalha paraolímpica em Pequim (2008). Nós chorávamos muito isso por que não esperávamos uma medalha em uma prova
em que não era favorita. Outro grande momento foi quando me tornei tricampeã mundial, ano passado, no mundial da Holanda. Mas, sem dúvidas, o que mais me arrepiei
foi quando soube pelo diretor técnico do CPB, Edilson Alvez (Tubiba), que eu havia aberto uma vaga para a natação em Londres pelo meu ouro no mundial e que minha
principal prova, os 50m costas estariam no programa de Londres. Também fiquei muito feliz. Como falei são muitos. Um ápice foi ser eleita, por voto popular, como
a melhor atleta paraolímpica de 2010 e pelo CPB juntamente com o COB em 2010.
FS: Com certeza, quando ganhei a medalha de ouro em Sidney. Foi um momento em que quase ninguém acreditava que eu pudesse ganhá-la, inclusive foi uma surpresa para
mim. Sonhava em tentar uma medalha de bronze pelo menos, mas sabia que aquela prova era muito disputada. De repente, recebo a notícia que venci a prova! Imagine
minha alegria. Parecia um sonho.
Qual a sensação de representar seu país em provas internacionais?
EG: É um sentimento muito gostoso: você se sente importante para uma nação e sabe que o que você faz se reflete em outras pessoas. Por isso sempre busco dar exemplos
positivos. Sei o quanto outros atletas foram importantes para mim e isso me faz uma pessoa melhor.
FS: É muito emocionante representar o país internacionalmente. É uma sensação única e uma responsabilidade muito grande, pois estamos representando milhares de
brasileiros que acreditam em nós.
Para se ter sucesso em algo, é preciso dedicação e persistência. Sabemos que a vida de atleta exige muito empenho e alguns sacrifícios. Vocês conseguem (iam) conciliar
a natação com os estudos, namoro, trabalho, lazer, etc.?
EG: Fiz 11 anos de natação paraolímpica e sei bem o que tive que abrir mão para continuar como favorita por tantos anos. É muitos difícil abrir mão de algo importante
na vida, e, infelizmente, não podemos ser o favorito em tudo. Hoje, sei como conciliar meus horários, namorar, estudar e ter um lazer fora do meu trabalho que é
a natação; é bem mais fácil. Quando amamos o que fazemos tudo fica mais fácil de organizar.
FS: Realmente a vida de atleta não é fácil, muitas vezes temos que abrir mão de fazer determinadas coisas. Mas temos que ter nossa hora de lazer também, senão ninguém
aguenta. No meu caso, consegui sim, graças a Deus, conciliar a natação com os estudos. Até 2002, ano em que me formei em relações públicas, dividia meu tempo em
treinos e estudos, e ,quando tinha fins de semanas sem competição, saia com amigos e família para me divertir também. Após ter me formado, aí sim fiquei me dedicando
somente a natação, mas sempre procurando um tempinho para as horas de lazer.
É notório que o esporte traz uma série de benefícios para todas as pessoas e, especialmente, para aquelas com alguma deficiência. Como o esporte modificou suas
vidas?
EG: Primeiramente, o esporte me trouxe uma qualidade de vida muito melhor do que eu teria se não praticasse atividade física. Depois de toda uma parte de saúde,
o esporte me proporcionou conhecer outras realidades e me fez crescer muito.
FS: Com certeza o esporte trás muitos benefícios para nossa saúde, independentemente de sermos deficientes ou não, mas para mim, através dele tive a oportunidade
de viajar, conhecer pessoas, realizar sonhos, representar o país e viver momentos únicos no esporte.
O que vocês diriam às pessoas com deficiência que ainda não praticam esporte?
EG: Que procurem algo para buscar sua felicidade, sempre. Pode ser através do esporte, dos estudos ou de qualquer outro hobby. O importante é ser feliz e ter uma
família que você possa amar e respeitar ao seu redor.
FS: Eu diria para que estas pessoas procurem algum esporte que sintam prazer em praticar. Não necessariamente para competir, mas para terem uma vida mais saudável.
E, caso se interesse em competir, claro que todos querem vencer, mas o importante nem sempre é vencer, mas sim superar cada dia seus próprios limites.
Sabemos que as pessoas com deficiência começaram a ganhar visibilidade em nosso país há poucos anos. Na opinião de vocês, quais os principais problemas enfrentados
pelos cadeirantes e cegos em nosso país?
EG: Primeiramente, o preconceito que ainda existe em nossa cultura. Em segundo, o da acessibilidade que é ainda muito precária no Brasil. Mas acredito que tudo
está melhorando. E isso se deve em parte ao trabalho do esporte paraolímpico no Brasil. Acredito muito que o esporte paraolímpico seja um dos protagonistas nessa
evolução.
FS: O problema que vejo ainda hoje no Brasil, não só em relação a nós deficientes visuais, mas em relação a todo tipo de deficiência, é que as pessoas não têm informações
e não sabem lidar conosco. A maioria das pessoas ainda vê os deficientes como coitados, e não como pessoas que tem vontades, sonhos e capacidade de fazer muitas
coisas.
As pessoas com deficiência ainda não tem seus direitos plenamente respeitados em nosso país. E, mesmo assim, o Brasil está entre as potências do esporte paraolímpico.
Vocês acreditam que as Paraolimpíadas de 2016 ajudarão na valorização das pessoas com deficiência em nosso país?
EG: Acredito plenamente na palavra "respeito" e por isso creio que estamos em uma evolução constante em nosso Brasil. Muitas coisas estão mudando. É como sempre
falo: a informação é tudo e se falar que as paraolimpíadas de 2016 não vão ajudar, vão sim. É fato que o brasileiro vai ficar cara a cara com pessoas suando a camisa
nos cenários de disputa e isso vai ajudar no respeito para com a pessoa com deficiência.
FS: Quando teve o Parapan, em 2007, muitas pessoas puderam conhecer um pouco mais sobre o esporte paraolímpico e muitas mudaram seu pensamento em relação aos deficientes.
Mas ainda temos um longo caminho pela frente. Acredito que em 2016, com a realização das paraolimpíadas, mais um passo será dado.
Vocês são mulheres jovens, bonitas e muito simpáticas. Sou fã de vocês e as considero umas guerreiras. Afinal, em suas carreiras de atleta, nos deram vários exemplos
de superação. Quais são seus planos para o futuro?
EG: Essa palavra "futuro" é uma coisa que procuro não pensar tanto. Sempre fui de esperar bem quietinha e fazer a minha parte da melhor forma possível. Mas vamos
lá. rsrs... No futuro, quero continuar no esporte; não como atleta, mas como uma pessoa que possa ajudar outras com minha história e quem sabe dando oportunidades
semelhantes as que me foram dadas. Quero muito ser mãe e continuar uma vida saudável. No geral, quero ser para os outros como tantas pessoas do bem que encontrei
no meu caminho e ser uma mãe tão boa como minha mãe foi. Bom é isso... Aqui vocês vão conhecer uma Edênia Garcia como poucos conheceram... rsrs. Que Deus abençoe
todos!
FS: Como atleta, estou realizada; conquistei todos os títulos que um atleta sonha, agora é pensar em conseguir me realizar profissionalmente e, como toda mulher,
sonho em casar, ter filhos, etc.
Perguntinha inevitável: Fabiana, por que decidiu abandonar sua carreira de atleta? Ainda pratica algum esporte?
FS: Essa é uma pergunta que todos me fazem. Por mais que seja uma decisão difícil, nós atletas precisamos saber a hora de parar. Pensei muito antes de tomar essa
decisão, mas fui amadurecendo esta idéia aos poucos. Tem uma música que gosto muito da letra. É de um vídeo que o Comitê Paraolímpico produziu em 2000 para a divulgação
da Paraolimpíada de Sidney (campeão). Tem uma parte que fala o seguinte: “O que se escreve na história não dá pra apagar”. Concordo, pois cada um tem momentos únicos.
Por mais que outras pessoas se destaquem, ganhem medalhas, nem um momento será igual aos nossos. O que foi feito fica pra sempre na história. O tempo passa, surgem
pessoas mais jovens, então, melhor parar enquanto estamos no auge para que possamos ser lembrados com uma imagem positiva. Quando tudo está bem, a mídia nos divulga.
Mas, nas horas difíceis, infelizmente nos derruba. Atualmente não pratico nem um esporte.
Deixo aqui meus agradecimentos a essas meninas fantásticas e admiráveis. Se isso é possível, fiquei ainda mais fã de vocês. Desejo à Edênia, muita saúde e força
para que continue sempre brilhando e encantando por onde passa. À Fabiana, desejo tudibão e muito sucesso em sua nova carreira. E, quem sabe, que reconsidere sua
aposentadoria das piscinas (rsrsrs). Que Santo Antônio e São José as ajudem a encontrar excelentes companheiros (no meu caso, já apelei pra Santa Rita de Cássia
- Santa das Causas Impossíveis) e que possam realizar o sonho da maternidade sendo sempre muito felizes.
Mais informações sobre as duas podem ser encontradas no site do CPB (www.cpb.org.br) e em seus blogs:
www.fabianasugimori.blogspot.com
http://edeniagarcia.blogspot.com/
Quem mora em Sampa, não deixe de conferir as provas de natação, atletismo e halterofilismo da 1ª Etapa Nacional do Circuito Caixa, que acontecem nos dias 6 e 7
de agosto. É difícil participar ou assistir a um evento desses sem sair de lá dando mais valor à vida e às pequenas coisas que possuímos e conquistamos ao longo
do caminho. Os exemplos de superação são fantásticos! Ficarei na torcida pelos meus amigos da AAISR, especialmente Adriano, Tainara e Mirian. Boa sorte a todos.
Horários:
Sábado das 8h às 12h e das 14h às 18h. Domingo das 8h às 12h
Locais:
Atletismo e Halterofilismo
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa – COTP
Av. Ibirapuera, 1315 – Moema
Natação
Sport Club Corinthians Paulista
R. São Jorge 777 – Parque São Jorge - Tatuapé

Conhecendo um pouco mais sobre Edênia Garcia e Fabiana Sugimori

Conhecendo um pouco mais sobre Edênia Garcia e Fabiana Sugimori
Rede Saci
05/08/2011

Em uma conversa com as atletas da natação paraolímpica Edênia Garcia e Fabiana Sugimori, Adriana Lage nos mostra um pouco do universo das atletas de alto rendimento
Adriana Lage
Aproveitando a realização da 1ª Etapa Nacional do Circuito Caixa Brasil Paraolímpico no próximo final de semana em São Paulo, o texto de hoje será sobre duas estrelas
da natação paraolímpica: Edênia Garcia e Fabiana Sugimori. Como sou fã das duas, fica um pouco difícil ser imparcial. Mesmo com as limitações impostas pela deficiência,
superaram todos os obstáculos (que com certeza não foram poucos) escrevendo com muito esforço, dedicação e talento, seus nomes na história do esporte paraolímpico.
Edênia continua brilhando pelas piscinas representando nosso país. Fabiana, infelizmente, abandonou o esporte no final de 2008.

Edênia é uma bela cadeirante de 24 anos, atleta de alto-rendimento, que possui Polineuropatia Sensitiva Motora (patologia hereditária cujos primeiros sintomas apareceram
quando tinha três anos de idade). É da classe S4 e suas principais provas são os 200m, 100m e 50m livre e os 50m costas. Fabiana possui retinopatia da prematuridade.
Desde pequenininha, essa mulher poderosa já mostrava sua força. Nasceu no sexto mês de gestação e teve sua deficiência descoberta aos três meses de idade. Hoje,
aos 30 anos, esbanja simpatia por onde passa e está construindo uma carreira fora das piscinas. Na época em que era atleta, era da classe S11 e tinha como melhor
prova os 50m livre.

A seguir, uma entrevista que fiz com as duas para que possam conhecer um pouco mais sobre a história dessas meninas poderosas:
Como a natação entrou nas suas vidas? Suas famílias sempre te incentivaram no esporte? Quais foram as principais dificuldades enfrentadas por vocês no início da
carreira?
EG: A natação entrou como forma de tratamento e uma melhora na qualidade de vida. Minha família na verdade é mais um dos motivos que me inspiram a treinar todos
os dias e querer ser uma atleta melhor e uma pessoa melhor. Minhas principais dificuldades, no início da minha carreira, foram financeiras: tinha que pegar quatro
ônibus por dia para chegar até os treinos diários. Hoje, essa dificuldade não enfrento mais. Graças a Deus!
FS: Comecei frequentar a Pró-Visão (Instituição onde fui alfabetizada) com três anos de idade. Na época, uma academia (Academia Catarina) disponibilizava o espaço
para que pudéssemos fazer atividades físicas, inclusive aprender a nadar. Então comecei a nadar somente para um aprendizado. Acabei gostando e seguindo carreira.
O apoio de minha família foi fundamental para que eu conseguisse chegar aonde cheguei. Quanto a dificuldades, difícil falar, pois a vida de nós deficientes é uma
luta diária. Mas o importante é termos força de vontade, sermos persistentes e ir quebrando as barreiras que são colocadas em nosso caminho no dia a dia.
Quais os principais títulos conquistados?
EG: Tricampeã mundial nos 50m costas, bicampeã parapan americana nos 50m costas, medalhista paraolímpica (prata em Atenas 2004 e bronze em Pequim 2008), melhor
atleta paraolímpica em 2010 pelo COB e Superar e a primeira paraolímpica a se tornar tricampeã mundial.
FS: Bom, os principais títulos são: campeã brasileira de 1992 a 2008, campeã pan americana em 1995, 1999, 2001, 2003, 2005, 2007, bi campeã mundial (2002 e 2006),
bi campeã paraolímpica (2000 e 2004). Em 2004, além de ter conquistado o ouro, bati o recorde mundial da prova dos 50m livre. Fui recordista até 2008 na paraolimpíada
de Pequim onde conquistei o bronze.
Ainda nem sonhava em me tornar nadadora e já acompanhava vocês na seleção brasileira. Qual foi seu momento mais inesquecível na sua carreira de atleta?
EG: Muito obrigada pelo carinho de sempre Adriana. Bom os momentos são muitos, mas vou tentar citar alguns: um deles foi quando falei ao vivo pelo canal Sportv
com minha mãe logo depois de ganhar minha segunda medalha paraolímpica em Pequim (2008). Nós chorávamos muito isso por que não esperávamos uma medalha em uma prova
em que não era favorita. Outro grande momento foi quando me tornei tricampeã mundial, ano passado, no mundial da Holanda. Mas, sem dúvidas, o que mais me arrepiei
foi quando soube pelo diretor técnico do CPB, Edilson Alvez (Tubiba), que eu havia aberto uma vaga para a natação em Londres pelo meu ouro no mundial e que minha
principal prova, os 50m costas estariam no programa de Londres. Também fiquei muito feliz. Como falei são muitos. Um ápice foi ser eleita, por voto popular, como
a melhor atleta paraolímpica de 2010 e pelo CPB juntamente com o COB em 2010.
FS: Com certeza, quando ganhei a medalha de ouro em Sidney. Foi um momento em que quase ninguém acreditava que eu pudesse ganhá-la, inclusive foi uma surpresa para
mim. Sonhava em tentar uma medalha de bronze pelo menos, mas sabia que aquela prova era muito disputada. De repente, recebo a notícia que venci a prova! Imagine
minha alegria. Parecia um sonho.
Qual a sensação de representar seu país em provas internacionais?
EG: É um sentimento muito gostoso: você se sente importante para uma nação e sabe que o que você faz se reflete em outras pessoas. Por isso sempre busco dar exemplos
positivos. Sei o quanto outros atletas foram importantes para mim e isso me faz uma pessoa melhor.
FS: É muito emocionante representar o país internacionalmente. É uma sensação única e uma responsabilidade muito grande, pois estamos representando milhares de
brasileiros que acreditam em nós.
Para se ter sucesso em algo, é preciso dedicação e persistência. Sabemos que a vida de atleta exige muito empenho e alguns sacrifícios. Vocês conseguem (iam) conciliar
a natação com os estudos, namoro, trabalho, lazer, etc.?
EG: Fiz 11 anos de natação paraolímpica e sei bem o que tive que abrir mão para continuar como favorita por tantos anos. É muitos difícil abrir mão de algo importante
na vida, e, infelizmente, não podemos ser o favorito em tudo. Hoje, sei como conciliar meus horários, namorar, estudar e ter um lazer fora do meu trabalho que é
a natação; é bem mais fácil. Quando amamos o que fazemos tudo fica mais fácil de organizar.
FS: Realmente a vida de atleta não é fácil, muitas vezes temos que abrir mão de fazer determinadas coisas. Mas temos que ter nossa hora de lazer também, senão ninguém
aguenta. No meu caso, consegui sim, graças a Deus, conciliar a natação com os estudos. Até 2002, ano em que me formei em relações públicas, dividia meu tempo em
treinos e estudos, e ,quando tinha fins de semanas sem competição, saia com amigos e família para me divertir também. Após ter me formado, aí sim fiquei me dedicando
somente a natação, mas sempre procurando um tempinho para as horas de lazer.
É notório que o esporte traz uma série de benefícios para todas as pessoas e, especialmente, para aquelas com alguma deficiência. Como o esporte modificou suas
vidas?
EG: Primeiramente, o esporte me trouxe uma qualidade de vida muito melhor do que eu teria se não praticasse atividade física. Depois de toda uma parte de saúde,
o esporte me proporcionou conhecer outras realidades e me fez crescer muito.
FS: Com certeza o esporte trás muitos benefícios para nossa saúde, independentemente de sermos deficientes ou não, mas para mim, através dele tive a oportunidade
de viajar, conhecer pessoas, realizar sonhos, representar o país e viver momentos únicos no esporte.
O que vocês diriam às pessoas com deficiência que ainda não praticam esporte?
EG: Que procurem algo para buscar sua felicidade, sempre. Pode ser através do esporte, dos estudos ou de qualquer outro hobby. O importante é ser feliz e ter uma
família que você possa amar e respeitar ao seu redor.
FS: Eu diria para que estas pessoas procurem algum esporte que sintam prazer em praticar. Não necessariamente para competir, mas para terem uma vida mais saudável.
E, caso se interesse em competir, claro que todos querem vencer, mas o importante nem sempre é vencer, mas sim superar cada dia seus próprios limites.
Sabemos que as pessoas com deficiência começaram a ganhar visibilidade em nosso país há poucos anos. Na opinião de vocês, quais os principais problemas enfrentados
pelos cadeirantes e cegos em nosso país?
EG: Primeiramente, o preconceito que ainda existe em nossa cultura. Em segundo, o da acessibilidade que é ainda muito precária no Brasil. Mas acredito que tudo
está melhorando. E isso se deve em parte ao trabalho do esporte paraolímpico no Brasil. Acredito muito que o esporte paraolímpico seja um dos protagonistas nessa
evolução.
FS: O problema que vejo ainda hoje no Brasil, não só em relação a nós deficientes visuais, mas em relação a todo tipo de deficiência, é que as pessoas não têm informações
e não sabem lidar conosco. A maioria das pessoas ainda vê os deficientes como coitados, e não como pessoas que tem vontades, sonhos e capacidade de fazer muitas
coisas.
As pessoas com deficiência ainda não tem seus direitos plenamente respeitados em nosso país. E, mesmo assim, o Brasil está entre as potências do esporte paraolímpico.
Vocês acreditam que as Paraolimpíadas de 2016 ajudarão na valorização das pessoas com deficiência em nosso país?
EG: Acredito plenamente na palavra "respeito" e por isso creio que estamos em uma evolução constante em nosso Brasil. Muitas coisas estão mudando. É como sempre
falo: a informação é tudo e se falar que as paraolimpíadas de 2016 não vão ajudar, vão sim. É fato que o brasileiro vai ficar cara a cara com pessoas suando a camisa
nos cenários de disputa e isso vai ajudar no respeito para com a pessoa com deficiência.
FS: Quando teve o Parapan, em 2007, muitas pessoas puderam conhecer um pouco mais sobre o esporte paraolímpico e muitas mudaram seu pensamento em relação aos deficientes.
Mas ainda temos um longo caminho pela frente. Acredito que em 2016, com a realização das paraolimpíadas, mais um passo será dado.
Vocês são mulheres jovens, bonitas e muito simpáticas. Sou fã de vocês e as considero umas guerreiras. Afinal, em suas carreiras de atleta, nos deram vários exemplos
de superação. Quais são seus planos para o futuro?
EG: Essa palavra "futuro" é uma coisa que procuro não pensar tanto. Sempre fui de esperar bem quietinha e fazer a minha parte da melhor forma possível. Mas vamos
lá. rsrs... No futuro, quero continuar no esporte; não como atleta, mas como uma pessoa que possa ajudar outras com minha história e quem sabe dando oportunidades
semelhantes as que me foram dadas. Quero muito ser mãe e continuar uma vida saudável. No geral, quero ser para os outros como tantas pessoas do bem que encontrei
no meu caminho e ser uma mãe tão boa como minha mãe foi. Bom é isso... Aqui vocês vão conhecer uma Edênia Garcia como poucos conheceram... rsrs. Que Deus abençoe
todos!
FS: Como atleta, estou realizada; conquistei todos os títulos que um atleta sonha, agora é pensar em conseguir me realizar profissionalmente e, como toda mulher,
sonho em casar, ter filhos, etc.
Perguntinha inevitável: Fabiana, por que decidiu abandonar sua carreira de atleta? Ainda pratica algum esporte?
FS: Essa é uma pergunta que todos me fazem. Por mais que seja uma decisão difícil, nós atletas precisamos saber a hora de parar. Pensei muito antes de tomar essa
decisão, mas fui amadurecendo esta idéia aos poucos. Tem uma música que gosto muito da letra. É de um vídeo que o Comitê Paraolímpico produziu em 2000 para a divulgação
da Paraolimpíada de Sidney (campeão). Tem uma parte que fala o seguinte: “O que se escreve na história não dá pra apagar”. Concordo, pois cada um tem momentos únicos.
Por mais que outras pessoas se destaquem, ganhem medalhas, nem um momento será igual aos nossos. O que foi feito fica pra sempre na história. O tempo passa, surgem
pessoas mais jovens, então, melhor parar enquanto estamos no auge para que possamos ser lembrados com uma imagem positiva. Quando tudo está bem, a mídia nos divulga.
Mas, nas horas difíceis, infelizmente nos derruba. Atualmente não pratico nem um esporte.
Deixo aqui meus agradecimentos a essas meninas fantásticas e admiráveis. Se isso é possível, fiquei ainda mais fã de vocês. Desejo à Edênia, muita saúde e força
para que continue sempre brilhando e encantando por onde passa. À Fabiana, desejo tudibão e muito sucesso em sua nova carreira. E, quem sabe, que reconsidere sua
aposentadoria das piscinas (rsrsrs). Que Santo Antônio e São José as ajudem a encontrar excelentes companheiros (no meu caso, já apelei pra Santa Rita de Cássia
- Santa das Causas Impossíveis) e que possam realizar o sonho da maternidade sendo sempre muito felizes.
Mais informações sobre as duas podem ser encontradas no site do CPB (www.cpb.org.br) e em seus blogs:
www.fabianasugimori.blogspot.com
http://edeniagarcia.blogspot.com/
Quem mora em Sampa, não deixe de conferir as provas de natação, atletismo e halterofilismo da 1ª Etapa Nacional do Circuito Caixa, que acontecem nos dias 6 e 7
de agosto. É difícil participar ou assistir a um evento desses sem sair de lá dando mais valor à vida e às pequenas coisas que possuímos e conquistamos ao longo
do caminho. Os exemplos de superação são fantásticos! Ficarei na torcida pelos meus amigos da AAISR, especialmente Adriano, Tainara e Mirian. Boa sorte a todos.
Horários:
Sábado das 8h às 12h e das 14h às 18h. Domingo das 8h às 12h
Locais:
Atletismo e Halterofilismo
Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa – COTP
Av. Ibirapuera, 1315 – Moema
Natação
Sport Club Corinthians Paulista
R. São Jorge 777 – Parque São Jorge - Tatuapé